Chamo-me Sérgio Nunes, sou natural de Luanda. Cresci entre os bairros da Maianga, Alvalade e Popular, tendo fixado residência até hoje no último.
Fiz o ensino de base na escola primária do prédio do Livro na Maianga, o secundário no Mutu Ya Kevela) e o médio no Puniv Central.
Formei-me em Engenharia de Telecomunicações pela Faculdade de Engenharia da Universidade Católica de Angola, mas, entretanto, nunca trabalhei em telecomunicações no sentido lacto.
O meu primeiro emprego na área, foi como analista de redes e sistema no centro de Informática da Universidade Católica.
A minha história na UNITEL começou em 2012 enquanto ministrava uma acção de formação de CCNA Exploration para Colaboradores da empresa.
Nesta actividade estavam os colegas Jorge Josué, Celso Paim, Edgar Sardinha e outros, que no final do treinamento perguntaram se tinha outra função além de Formador, respondi que não e rapidamente solicitaram o meu CV e assim começou a minha grande jornada neste navio de oportunidades e crescimento que é a UNITEL.
Entrei como Técnico de Operações ou “Desmantelador”, termo usado pelo Gestor Marco Soares para desfazer a nuvem que aparecia nos desenhos da rede, um desafio passado pelo Director José Mavungo.
Comecei a trabalhar no então recém-formado grupo de Operações de IP, falo da Secção de Operações de IP, Departamento de Operação e Transmissão, com os colegas Jacinto Manuel, Tânia Afonso e Erick Martins (hoje Gestor do Grupo SOTIP de que orgulhosamente faço parte).
A minha equipa é composta por 13 Colaboradores, entre nós a motivação e o engajamento estão presentes no nosso dia a dia de várias formas, sendo a autonomia e a interdependência algumas delas, além de fazermos o que gostamos sem muita interferência de quem nos gere.
Em Janeiro de 2021, tornei-me Técnico Especialista de Operação de Redes. Foi mais uma meta alcançada como resultado da dedicação e foco, aliás como tudo o que me proponho fazer.
Fiquei bastante satisfeito com a nomeação, porque um dos meus objectivos era pertencer àquilo que considero a “elite técnica da organização”, mesmo quando não existia formalmente. O sentimento foi de dever cumprido pois este é o caminho para uma longa jornada de acreditação, dedicação e resultados.
Para chegar à essa especialidade, tive de fazer algumas certificações uma delas foi o CCIE Routing and Switching (Cisco Certified Internetwork Expert in Enterprise Infraestructure e depois o bootcamp.
Como Técnico Especialista, entregar conteúdo de alta qualidade e estar sempre disposto a ajudar o meu Cliente (interno e externo) são os meus maiores desafios.
Todos os momentos em que a rede esteve com problemas, são intensos e marcantes para mim, ou seja, como Técnico de Operações, vibro diante de um problema, principalmente quando vejo que constitui um desafio para mim e para a equipa a todos os níveis, isto quer dizer que não somos os mesmos após cada incidente.
Em 2013, com menos de 1 ano de casa, numa sexta-feira, havia combinado com a minha esposa de ir ao cinema e jantar fora, mas pouco antes das 18h00, recebi a ligação de um Gestor Sénior a pedir para analisar a ferramenta de monitoria, pois achava que a rede havia caído. Imediatamente a equipa e eu pegamos as mochilas e os computadores e fomos até ao Centro de Comutação de Luanda Sul.
Começamos por fazer um intenso troubleshooting (resolução de problemas) e identificamos que a rede estava com um broadcast storm e que precisávamos de parar, mas não podíamos porque a rede estava com um loop layer 2, (vários equipamentos do core) incluído o switch Core com high CPU (equipamento central com alto consumo de CPU).
No meio desta confusão, e tal grave era a situação, recebi de outro Gestor Sénior um telemóvel com uma ligação do CTO Engº Amílcar Safeca, que com a calma e sapiência que o caracteriza, perguntou o que se passava. Após a minha explicação, apenas respondeu “Ok Nunes, vais desligar todos os módulos do switch core (cartas do switch central) e activar um por um”. Assim procedemos e com uma pequena alteração e foi possível começar a recuperar a rede às 22h00 do mesmo dia.
Pouco depois, a minha esposa ligou-me preocupada com o meu atraso e falta de comunicação. Iludido, respondi que estaria livre em instantes, a pensar que conseguiria cumprir pelo menos parte do nosso compromisso, foi quando o meu Director, José Mavungo, proibiu-me de sair e orientou que um colega fosse buscar a minha esposa para que pudesse ficar ao meu lado até que a rede estivesse totalmente recuperada, o que aconteceu somente por volta das 03h00 da manhã.
Trabalhar na UNITEL é para mim como ir ao ginásio e fazer bodybuilding, é intenso todos os dias. A nível da equipa dizemos: se a rede não tiver problema, procuramos, e se não encontrarmos, inventamos (risos) pois trabalhamos todos os dias para fortalecê-la.
Sempre gostei de partilhar informação e por isso há 1 ano tornei-me formador interno da Academia UNITEL e é por esta via que partilho o meu conhecimento e experiência.
Gosto de dizer a quem me rodeia, tem sempre um mentor, alguém que saiba mais ou que te inspire de alguma forma. Sempre fui acompanhado por muitos, em especial o Jeriel Atienza, antigo colega da universidade. Foi o meu guia e várias vezes me indicou o caminho a seguir, após longas conversas, dizia “vai e testa”. Enquanto estive ao seu lado, não fiquei perdido.
Por isso digo sempre: o ego exacerbado é um grande inimigo. Juntos somos sempre mais fortes!
Sérgio Nunes
Técnico Especialista de Operação de Redes
Direcção de Operação e Supervisão